Sylas,

Confesso que iria começar o texto por mencionar o teu nome completo, no entanto, a memória falha e a idade não perdoa. Posto isto, optei por começar então por dizer que me marcaste, e ainda hoje marcas. Foste tu, em conjunto com os teus irmãos, que me fizeram ficar nesta merda e dar-lhe uma nova vida e uma nova oportunidade. 

Tenho medo de me tornar muito intensa ao escrever-te isto, mas prefiro arriscar do que deixar algo por dizer. Apeguei-me, Sylas. Apeguei-me com muita facilidade depois de ter prometido a mim mesma que não o voltaria a fazer. 

És uma pessoa genuína, impulsiva, tens o coração na boca, mas coração esse que, no fundo, carrega doçura e preocupação pelos que são teus. 

Foram essas as características que consegui entender pelo pouco tempo que nos conhecemos. Perdoa-me algum erro, perdoa-me algum tipo de intensidade ou alguma pressão que te tenha feito. Perdoa-me por não ser a melhor, e perdoa-me por não ser fácil. 

Após despejar todo o meu coração nisto, digo-te apenas, e irei citar, “se um dia não quiseres mais cá estar, eu vou deixar-te voar”. Apesar das saudades que sinto diariamente, não te vou prender, anjo. 

Quero-te bem.