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Lyra & Kit. - posted by guest on 17th August 2020 12:38:53 PM
𝓓𝓮: 𝖫𝗒𝗋𝖺, 𝗍𝗎𝖺 𝗇𝗈𝗂𝗏𝖺
𝓟𝓪𝓻𝓪: 𝖪𝗂𝗍, 𝗆𝖾𝗎 𝖥𝗋𝖺𝗇𝗄𝖾𝗇𝗌𝗍𝖾𝗂𝗇
Escrevo-te para tomar conhecimento que eu nunca pedi para existir. Ambos foram mortos da tresloucada mente humana. Quem, no seu juízo perfeito, lembra de trazer à vida dois incluídos construídos através de partes de diferentes pessoas mortas? Cada pedaço nosso foi criado para aprender a sua função na perfeição.
Primeiro, desenhe-te a ti. Como aquela história que os humanos contam que Deus criou Eva através de Adão, também eu fui criado devido à tua existência. Os nossos criadores acharam por bem teres um acompanhante para a vida e, no nosso caso, para a morte. No entanto, os seus objetivos não correram como planeado, correto? O objetivo era criar-me com uma mesma ideologia que a tua. O objetivo era eu ser apaixonada por ti.
Após aquela enorme tempestade que me deu vida, ali me encontrava eu, envolvida em ligaduras. Os nossos criadores destaparam-me o rosto e libertaram os atilhos que me prendiam os braços e as pernas. Em questão de segundos, ali estava eu de pé e com um coração, que não era meu, a bater dentro do meu peito. Não me ensinaram a falar - era algo que o meu cérebro acabado de fritar ainda não tinha capacidade.
E foi nesse momento exato momento que tive a oportunidade de te ver pela primeira vez. O instinto foi sorrir, talvez devido à eletricidade que ainda percorria o meu corpo, que me deve ter um espasmo facial. Quando te aproximaste de mim e questionaste um simples “amiga?” e me tocaste, não pude conter o grito que como minhas cordas vocais produziram. Uma sensação de desmaio repassou por mim, o que fez com que os nossos criadores me levassem a sentar em algum tipo de banco comprido. Logo te vi a fazer o mesmo caminho que eu e a repetir o mesmo gesto que anteriormente. E a mesma reação de minha parte: um grito, seguido de outro e outro. A última memória que retenho é de teres pronunciado um “Ela odeia-me como toda a gente” antes de teres puxado uma alavanca que levou à destruição de toda a construção da qual representado.
𝗖𝗼𝗻𝗱𝗲𝗻𝗮𝗱𝗮 𝗮 𝗲𝘅𝗶𝘀𝘁𝗶𝗿 𝗲 𝗮 𝗺𝗼𝗿𝗿𝗲𝗿 𝗽𝗼𝗿 𝘁𝗶.
- 𝐿𝑦𝑟𝑎 𝐵𝑒𝑙𝑙𝑒𝑟𝑜𝑠𝑒