• Share this text:
Report Abuse
Flashback 02 - By winterausx on 28th July 2020 01:44:19 AM

Bella

10 anos atrás...

– Eu odeio trigonometria – fechei meu caderno irritada controlando o impulso de o jogar longe – Eu não vou usar isso na minha vida, eu quero ser advogada, me diz, eu vou defender algum cliente calculando cateto e hipotenusa de um triângulo? Bom, eu acho que não.

Edward apenas riu da minha reação, ele estava habituado a meus acessos iminentes de raiva quando o assunto era cálculo ou qualquer outra matéria que me fizesse calcular alguma coisa.

– Vem cá, eu te ajudo com isso – olhei pra ele surpresa – Não me olhe assim, eu tive algumas matérias de cálculos na faculdade e diferente de você, eu aplico isso até hoje – ele piscou convencido.

Revirei os olhos, mas arrastei minha cadeira para mais perto dele. Era difícil me concentrar com seu cheiro tão perto de mim e com o quão próximos nós estávamos. Minha vontade era pular em cima dele ou qualquer outra coisa que chamasse sua atenção.

Contive todos os meus impulsos e prestei atenção a explicação que Edward dava. Era mais fácil entender quando ele falava, meu professor não colaborava muito com a minha vida.

– Por que meu professor não pode explicar assim? – gemi frustrada após conseguir responder a maldita questão que estava com dificuldade – Seria tão mais fácil e me pouparia de muita raiva.

– Você só tem menos afinidade com cálculos, não é o fim do mundo.

– Ah claro, fácil dizer isso quando você já está formado e é bem sucedido, do jeito que a coisa tá, eu vou ter sorte se for aceitar da universidade de Washington, eu vou ser uma decepção pros meus pais.

– Não seja tão dramática, você tem notas excelentes, sempre reclama que está péssima e quando suas notam chegam, é sempre um A+.

– Eu quero dramatizar, dá licença? Estou com raiva, eu mereço cinco minutos de drama.

– Pra você, até dez minutos.

Apoiei o rosto na mão e lhe olhei entediada, decidida a não responder ou eu daria uma resposta atravessada. Respirei fundo e olhei para o outro lado, vendo Seth, um dos atendentes trazer nossos pedidos.

– Eu já falei que você não precisa tomar para si a função de cuidar de mim – reclamei vendo o prato com comida a minha frente.

– Alguém tem que olhar pela sua alimentação, não pode todo dia almoçar milkshake. Você acabar adoecendo.

– E por que isso é importante?

Edward olhou nos meus olhos, seus olhos estavam sérios, mas ainda eram o verde mais verde que eu já havia visto na vida, eu sempre ficava perdida em seu olhar. Era sempre tão enigmático, eu não conseguia dizer o que se passava em sua mente, mas desejava com todas minhas forças saber o que ele pensava quando olhava para mim. Ele sempre parecia perdido em pensamentos.

Senti meu rosto esquentar com seu olhar sobre mim, desviei o olhar para tentar não corar ainda mais, já era vergonhoso o suficiente. Ouvi sua risada, ele sempre ria ao me ver corar, era humilhante.

Me pegando de surpresa, Edward ergueu a mão tocando meu rosto, essa era a primeira vez que ele me tocava por livre e espontânea vontade. Sempre eram apenas nossos braços que roçavam um no outro, mas que ele logo fazia questão de manter certa distância.

Meu coração se acelerou, ainda mais do que já acelerava quando eu estava perto dele, prendi a respiração ao olhar pra ele. Sentir seu toque era diferente, eu nunca havia sentido nada assim antes, era diferente, uma sensação boa, indescritível.

– Não quero que você fique doente, eu me preocupo com você – Edward sorriu triste ao recolher sua mão da minha pele e cruzar as mãos em baixo da mesa – Coma.

Sem muita reação, apenas balancei a cabeça concordando.

[...]

Involuntariamente olhei no relógio, triste ao constatar que estava na hora de voltar para a escola e Edward voltaria para o trabalho, só o veria novamente amanhã, sempre ficava triste quando tinha que o deixar.

A empresa dele ficava não muito longe da minha escola, então, até certo ponto íamos juntos. Estávamos passando por frente da Baía de Elliot quando ele notou que eu estava mais calada que o habitual.

– O que você tem hoje? – ele perguntou, parando de andar e segurando em meu braço para que eu fizesse o mesmo – Você está tão calada, gosto quando você está animada falando, é estranho te ver assim.

Mordi o lábio nervosa, ponderando se devia falar o que estava em minha mente. Optei por falar, essa poderia ser minha única chance.

– É meu aniversário hoje – falei em um fio de voz – Estou fazendo 16.

– Oh – ele falou surpreso, soltando meu braço – 13 de setembro – sussurrou para si mesmo com um sorriso dançando em seus lábios – Desculpe, eu não sabia, embora me perguntasse a data.

– Por que não me perguntou?

– Porque... – ele se interrompeu de falar, franzindo a sobrancelha e mudou de assunto logo em seguida – Tem algo que eu posso fazer pelo seu aniversário? Algo que queira de presente? Tem várias lojas por aqui, não deve ser difícil encontrar algo...

– Tem uma coisa só que eu quero – mordi o lábio nervosa.

– Então diga, faço questão de comprar.

– Não quero seu dinheiro – respondi rápido – Mas já que é meu aniversário, quero que você me beije.

Falei de uma vez antes de perdesse toda coragem que reuni. Edward me olhou surpreso, não esperando por esse pedido. Ele não disse nada e por um momento, fiquei arrependida de ter falado qualquer coisa, mas não voltei atrás, embora meu rosto me denunciasse ao ficar tão vermelho quanto um tomate.

Ele ainda me olhava em choque, mas eu não voltei atrás, ao invés disso, dei mais um passo em sua direção, ele não recuou como eu achei que recuaria.

– Tem certeza que isso é o que você quer de aniversário?

– Sim – respondi agradecida por minha voz não falhar.

Edward tocou minha bochecha novamente, de forma carinhosa, como se eu fosse quebrável. Ele era tão mais alto do que eu, com seus quase 1,90 de altura e toda beleza e masculinidade que emanava dele.

– Eu realmente gosto quando você fica corada – ele sussurrou, inclinando seu rosto próximo ao meu – É a coisa mais encantadora que eu já vi.

Prendi a respiração quando senti suas mãos espalmadas em minha cintura. Edward mantinha os olhos fixos aos meus, era quase como se ele conseguisse enxergar minha alma e cada pensamento que eu tinha. Eu estava ofegante em antecipação, passei um ano sonhando com esse momento e agora que ele chegou, eu não sabia como agir.

Droga. Eu devia ter treinado com algum dos garotos da escola, Jacob estava sempre disponível, eu devia ter aproveitado melhor quando tive chance, ao menos eu saberia o que fazer agora, mas a ideia de beijar alguém que não fosse Edward era repulsiva para mim.

– Tem certeza que é isso que você quer? – ele perguntou novamente, inclinado em minha direção, com os lábios próximos aos meus.

Sem ter certeza se eu conseguiria responder algo coerente, apenas assenti concordando.

– Feche os olhos – ele sussurrou para mim.

Fiz o que ele pediu. Meu coração a mil por hora em meu peito, minha respiração falha e as mãos trêmulas. Edward encostou seus lábios nos meus, era suave, gentil e de certa forma, era quase urgente, como se ele estivesse esperando por isso tanto quanto eu estava.

Suas mãos em minha cintura pareciam queimar minha pele. Permiti que minhas mãos fossem para seus braços e subissem até que eu estivesse com os braços ao redor do seu pescoço, Edward me puxou para mais perto dele.

A ponta da sua língua tocou meu lábio inferior, por reflexo, abri a boca e isso foi como um convite para ele, Edward explorou minha boca com sua língua. Algo em meu corpo se acendeu e parecia que eu já não tinha controle sobre o meu corpo, mas algo maior e mais forte do que eu.

Enrosquei minha língua com a sua, sugando-a em seguida, Edward lambeu meu lábio superior, suas mãos apertando-me contra seu corpo. Não contive um gemido baixo que escapou por meus lábios. Edward riu em minha boca, quebrando o beijo e beijando toda a linha do meu maxilar, até chegar em meu ouvido para sussurrar.

– Feliz aniversário, Bella.

Definitivamente. O melhor aniversário.


Report Abuse

Login or Register to edit or copy and save this text. It's free.