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Vroom Vroom: O EP que projeta o futuro da música pop e de Charli XCX - By MattAR96 on 3rd January 2020 06:43:31 PM
O EP Vroom Vroom da cantora britânica Charli XCX foi lançado em 26 de fevereiro de 2016 e marca não só a inauguração do selo independente Vroom Vroom Recordings, como a total ruptura do som pop ‘’baile de formatura’’ com pinceladas de ‘’punk’’ do álbum Sucker, lançado em 2014.
Mesmo possuindo apenas 4 faixas e apenas 12 minutos de duração, Vroom Vroom consegue ser bastante rico, ainda mais pela produção assinada pela DJ escocesa SOPHIE, que deu seus toques de genialidade em cada faixa.
A faixa de abertura e a faixa-título do EP, Vroom Vroom, é a primeira prova da mudança brusca (mas muito bem-vinda) de sonoridade. É acelerada, agressiva e potente, assim como o carro que ilustra a capa do registro. Por todo o EP temos sintetizadores muito bem aplicados que em alguns momentos parecem até mesmo batidas de carro e alterações de ritmo muito bem-feitas.
É uma ótima faixa de abertura, mostra todo o tom do que está por vir ao longo dos curtos 12 minutos e é uma prova da iniciação de Charli XCX ao mundo da PC Music, mundo esse que a abraçou e que hoje em dia a tem como um de seus principais pilares.
Seguimos com Paradise, com participação da cantora Hannah Diamond, que também faz parte da lista de artistas da PC Music. Bom, a faixa começa calma, com vozes bastantes modificadas por efeito, até explodirem em um refrão viciante, bem chiclete mesmo, seguido pelo maravilhoso efeito de bolhas de sabão estourando criado por sintetizadores.
A terceira faixa, e a melhor de todo o EP, é Trophy. A música, mais uma vez, é tensa e em partes é agressiva (agressiva no bom sentido), já começando com as batidas iniciais. Os vocais de Charli chamam o ouvinte para a música, criando aquela expectativa de que a canção vai explodir em beats descontrolados enquanto a tensão dos elementos eletrônicos ao fundo vai crescendo conforme as estrofes são cantadas.
Trophy é um belo exemplo do que as mãos de SOPHIE podem fazer em uma produção, bastante distorção, sintetizadores frenéticos que combinados com os vocais cirúrgicos de Charli, mostram o que a dupla é capaz de fazer. A melhor faixa do EP, não que as duas anteriores sejam inferiores, porém Trophy consegue ilustrar da melhor forma o que a cantora queria nos passar com o registro.
Por fim, Vroom Vroom se encerra com Secret (Shh), com vocais muito parecidos com os que a Charli nos apresentou no álbum True Romance, de 2013. Na verdade, Secret (Shh) parece uma música do True Romance que passou por uma repaginada e ganhou distorções e efeitos para se adequar ao EP. Algo que não é condenável e sim, muito positivo.
A faixa encerra o lançamento de forma grandiosa, aliando a nostalgia do primeiro álbum da cantora com o futuro que ela projeta para a carreira, futuro esse que conhecemos muito bem, pois após o lançamento do EP, Charli nos presenteou com a ótima mixtape Number 1 Angel e com o incrível Pop2, ambos de 2017.
Por fim, Vroom Vroom deixa aquele gosto de ‘’quero mais’’ e foi o ponto de partida para o que Charli XCX se tornou nos anos seguintes e para o que ela se tornará agora a partir de 2020 e o EP também mostra que SOPHIE e Charli formam uma dupla imbatível, como podemos ver em algumas músicas do Number 1 Angel e na finada música Taxi que jamais foi lançada, mas é fácil de encontrar por aí na internet.
Torcemos para que as duas colaborem em novas faixas juntas futuramente e principalmente, pelo sucesso de Charli XCX que é, de maneira inegável, uma das mentes mais brilhantes da música pop que temos na atualidade.