“Não podeis entender ainda. Quando vier o Espírito da Verdade, Ele vos ensinará e fará compreender tudo o que eu vos tenho dito” (cf. Jo 16, 12 ss.). Os apóstolos tinham-se deparado com uma realidade excepcional, fascinante e a aceitaram, mas sem se dar conta por completo do que era.

  São Paulo faz uma comparação. O animal percebe a presença do homem e reage ao seu comportamento e aos seus gestos, porém não os compreende. Falta ao animal o instrumento adequado para captar a mensagem de um outro mundo. Falta ao animal o “espírito” humano. “Assim _conclui São Paulo_ também a realidade divina não pode ser colhida por ninguém, senão pelo Espírito de Deus”. (cf.1 Cor 2,11).

  Mas um dia “veio do céu um ruído como de um vendaval impetuoso, que encheu toda a casa onde se encontravam... e todos ficaram repletos do Espírito Santo”. (cf. At 2, 1-4). Compreenderam, então, subitamente, quem era Aquele Homem que tinham seguido. Que tinham feito experiência da realidade divina, que tinham convivido com Deus.

  A comunicação do Espírito de Deus não é uma conquista humana: é puro dom, é graça. Como recebemos nossa vida sem esforço e sem merecimento, recebemos da mesma forma o dom do Espírito.

  Com Pentecostes, o medo dos Apóstolos se transformou em coragem e certeza. Do Espírito de Deus nasce o “homem novo”, uma “nova criatura” e a existência humana se torna um diálogo profundo, uma amizade com Deus.

  E como a graça é comunicada a nós?

  Da maneira como o Espírito (que “sopra onde quer”) deseja.

  Porém, no seio da Igreja temos instrumentos seguros de comunicação da graça de Deus a nós: são os Sacramentos.

  Os Sacramentos colocam-nos em contato com uma realidade mais profunda do que podemos ver, são sinais comunicativos da realidade divina, da presença de Cristo.

  O Sacramento é, portanto, a experiência de relacionamento com Cristo através de um gesto concreto, físico: é Sinal Eficaz da graça de Deus.

• Sinal: porque a matéria evoca concretamente o aspecto da vida em que Cristo se comunica;

• Eficaz: porque através daquele elemento físico, Cristo comunica verdadeiramente Sua realidade e potência divina.

  Os Sacramentos prolongam na História os gestos redentores de Jesus. São os gestos do próprio Jesus que, na Igreja, se dobra sobre a fraqueza humana, como se dobrava sobre o corpo deformado de um aleijado...

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