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A Carta - posted by guest on 31st October 2020 12:04:31 AM

Não sei dizer o que está acontecendo, mas algo não está normal. Sempre procurei abençoar meu apartamento e sustentar a minha base espiritual através da religião, porém, nada está indo como o planejado. Todo santo dia, para não dizer dia diabólico, às 00:00, eu escuto esses barulhos.


Primeiro escuto algo rastejar pelo corredor ao lado de fora da minha porta, ouço um ar ofegante como se alguém acabasse de sair de um rio infestado galhos, matos e peixes carnívoros. Logo após isso, escuto algo escalando as paredes... Isso não é normal. O ar fica frio e o suspense traz à tona os batuques do meu coração.

Após dez minutos de agitação no corredor, vejo por baixo de minha porta, as luzes do corredor acendendo e apagando e, para piorar, a porta do ap. dezesseisressoa com um barulho madeireiro e oco, como se o próprio vento estivesse abrindo a porta.

Logo após abrir a porta e passar alguns segundos, a porta bate com a força de um ser forte, intenso e silencioso.

Quando chegam às 2hrs da madrugada, aparenta que há um tornado dentro do quarto quebrando todos os objetos cerâmicos e frágeis, no entanto, eu sei que não é um tornado. Há algo além da compreensão humana nesse ap. dezesseis.

Quando faltam dez minutos para às três horas da madrugada, a porta do ap. dezesseis abre e, imediatamente, algo com o peso de um elefante vêm andando em direção ao meu quarto. Ao chegar, essa coisa para, bate na minha porta “toc toc” e suspira fortemente. Sinto sua presença em frente ao meu quarto até às 3 horas em ponto. Não respondo! Quando o relógio marca 3 horas em ponto, tudo acaba.

Quando abro a porta, o corredor está sobrecarregado de cabelos pretos longos, unhas pintadas como se tivessem sido arrancadas à força e pedaços rasgados de uma camisola feminina... Tudo me faz lembrar os rumores do assassinato da mulher do ap. dezesseis.

Antes desse inferno chegar à pensão, eu acreditava que eram apenas brincadeiras dos moradores ou até mesmo o vento forte que abalava as estruturas da construção. Porém, nada do que eu pensava era verídico. Não eram simples brincadeiras, era uma estranha sensação de estar vivendo em um manicômio infestado de espíritos.

Pergunto a Deus todos os dias se ele me abandonou, mas quando pergunto, as luzes se apagam. Estou com medo... Minha base caiu. Estou estilhaçado e afobado com as diversas ocorrências nessa pensão.

Deixarei isso registrado, já que amanhã, às 00:00, eu confrontarei com toda a minha fé essa coisa que me amedronta. Espero que alguém leia essa carta algum dia e busque aniquilar todo o mal que ronda essa pensão.

 

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