Nome: Crystal Liu.

FC: Rennie, instagrammer. (https://www.instagram.com/rennienini)

Nascimento: 02 de fevereiro de 1999

Ocupação: Caixa no Caffé Bené.

Personalidade: Impressionável, extrema, idealista e desapegada.

Apartamento: Bloco II, Prédio 2, apto 201 (com Song Nari, Song Yulhee e Wu Jiyai).

OOC: El, +18.

Personagens: Não.

Twitter: @dbk_crys

Senha da reserva: Sem reserva.

Boas histórias costumam começar em lugares não tão bons - ou, pelo menos, era isso que Crystal Liu costumava repetir para si mesma enquanto imaginava como sua vida se seguiria e seu coração queimava com a vontade de ser algo maior do que era. Não que ela tenha crescido em um lugar ruim. Muito pelo contrário, Crystal nunca havia colocado o pé em algum lugar sem empregadas para mantê-lo brilhando, ou sem decoração desnecessária preenchendo todo o espaço. A garota nascera na alta-sociedade de Hong Kong, filha de um dos mais influentes políticos de seu país, e sua situação não mudou nem quando toda a família fora forçada a fugir para Coreia do Sul após um escândalo envolvendo a exploração sexual de mulheres em posição desavantajada.

Além da posição social, o que também nunca mudou foi o sentimento que a família lhe trazia. É verdade que qualquer outra pessoa invejaria todo o dinheiro que o pai trazia para dentro de casa, porém, Crystal duvidava que qualquer um com um senso moral se sentiria confortável sabendo a origem daquela riqueza. Não suportava a ideia de viver em uma mansão erguida nas costas dos mais pobres e, pior, de meninas pouco mais velhas que ela. O fato de não receber nenhum cuidado familiar não ajudava na situação. Foi praticamente criada por governantas, ainda mais depois de deixar sua terra natal e ser obrigada a receber educação domiciliar - parte por não falar o idioma do novo país, parte por medo da exposição que seu sobrenome trazia. Assim, cresceu sem muito contato com o mundo exterior.

Talvez tenha sido esse o motivo de ter se encantado tanto quando descobriu que o prédio sombrio perto de sua casa era um orfanato. Passou dias observando os arredores, vendo as crianças brincarem e, principalmente, desejando fazer parte daquilo tudo. Não demorou mais do que algumas semanas para que a menina criasse a coragem de invadir o pátio, esgueirando-se por uma parte solta da madeira que formava o muro, e bastaram apenas alguns minutos para que fizesse amizade com um pequeno grupo de órfãs. Elas sabiam o que era ter uma infância perdida, então a promessa que não entregariam a intrusa logo foi feita e, dessa forma, forjou-se um laço inquebrável entre as quatro.

Quando soube que as órfãs iam embora, a chinesa logo se prontificou para ajudar. Nari, por ser a mais velha, sairia primeiro e organizaria tudo para quando fosse a hora das mais novas irem também. Crystal não pensou duas vezes antes de entregar todo dinheiro que tinha, anos de economias para seus planos de fuga, nas mãos da coreana para que ela conseguisse se manter no mundo real sozinha. Seu único requerimento foi: ela iria junto, quando chegasse o dia.

Passou-se um ano. Logo Jiyai foi também, sobrando apenas Yulhee e Crystal. Sem notícias das mais velhas, a garota temia que os planos eram furados e, no final, Nari voltaria apenas pela irmã mais nova. Os anos correram e o dia esperado finalmente chegou. Crystal, mesmo sem nenhuma ideia de como sua vida se seguiria, arrumou suas malas e deixou aquele grande apartamento preenchido pela solidão para trás. Mesmo que as órfãs não voltassem por ela, mesmo que sua pobre mãe implorasse, a garota prometeu para si mesma que nunca voltaria atrás.

No entanto, todos os seus medos se dissiparam quando viu o sorriso tão conhecido de Nari logo quando as portas do elevador se abriram - era óbvio, e ficou ainda mais claro com o passar do tempo, que ali ninguém ficaria para trás.