Mas esta história não seria bem relatada se não conseguissem experienciar os dois lados de todo o enredo. A Mrs. Lovett falhou em contar-vos a forma como me mentiu e enganou ao dizer que a minha mulher teria morrido de envenenamento por parte de um juiz corrupto a quem jurei vingança.

Vingança essa que se principiara da seguinte maneira:

Uma barbearia e um loja de bolos e tartes soam como algo inocente e bastante comum, mas não neste local, não nesta história. Era, sem dúvida, um negócio bastante lucrativo, as pessoas iam à minha barbearia em busca de um corte de cabelo ou de barba, mas o que acontecia não era nada disso, eu cortava-lhes a garganta com a minha navalha e atirava-as para a minha cave onde elas, irremediavelmente, acabavam por partir o crânio com a queda, aí eu retirava-lhes todos os bens. E mais tarde, a Mrs. Lovett triturava-as e cortava-as de modo a conseguir fazer tartes com os seus restos humanos. Um crime perfeito. Nada tinha para correr mal. Isto até descobrir as mentiras desta mulher.

Todos merecemos morrer, até mesmo eu, até mesmo a Mrs. Lovett. E foi exatamente isso que eu fiz, eu matei-a, incendiei-a e fiz dela pó. Ela deveria saber melhor, se o nosso negócio teve início na minha sede de vingança, era apenas lógico que me iria vingar das suas mentiras.