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Horcrux, sua Magia e seu Processo de Criação. - posted by guest on 4th December 2019 06:26:15 PM
Estudo Mágico: Expandido.
Tópico: Arte das Trevas.
Autor: Sir Reyrael Sarin.
Dentro das inúmeras presunções que podemos fazer acerca do feitiço e do processo que origina uma Horcrux, adentramos na seara de conceitos gerais da Teoria da Magia que não podem ser esquecidos e tampouco aquebrantados. Lei da Troca Equivalente, Leis de Gamp para Transfiguração Elementar, entre outras limitações apontadas como estritamente teóricas referente as medidas que uma magia pode atingir, temos, então, a Horcrux e as mais variadas Artes das Trevas, que parecem funcionar quebrando regras outrora e previamente impostas sobre as magias convencionais.
Em ponto alto, reiteramos outros autores ao elucidar os três pontos principais referentes ao processo de criação de uma Horcrux: em primeiro, o assassinato. E esmiuçamos esse ponto ao entendermos as implicações que o assassinato acarreta. Humanos, por natureza, prezam pelo seu instinto de sobrevivência e de auto-preservação, o simples ato de revogar a vida de alguém, privando-lhe da manifestação de sua natureza instintiva, é um contraponto a convenção das leis naturais. Sabemos que, na história, os humanos estiveram constantemente em guerra e justificavam suas agressões aos seus equiparados por meros conceitos políticos, filosóficos ou desejos estritamente materiais. Na confecção de uma Horcrux, com a específica finalidade de matar, pela execução do mais vil e puro ato de maldade, sem subterfúgios ou intenções ulteriores, convencionamos um processo de assunção da vida; ou seja, assumimos a figura de automáticos devedores de uma eventual repartição da alma. Quebrar a vida, limitá-la em sua existência, ou pôr fim ao ser, inevitavelmente cobra um preço inestimavelmente caro.
O segundo ponto, especificamente processual, é o feitiço a ser conjurado que propiciaria tal repartição ocorrer. Em alguns cadernos encontrados sobre o ápice das minhas pesquisas de campo, reparo-me fascinado com as elucidações de Nicolau Flamel e de Sir George Ripley, nesse segundo, sobre a obra Liber Secretisimus, um tratado sobre a liberdade de experimentação dos alquimistas, ao qual versa, não obstante, sobre as mais poderosas arte das trevas vistas por qualquer que seja o alquimista competente. Em outra obra, dessa vez mais técnica, o Livro dos Vinte Portões, Ripley aborda estritamente sobre a Lei da Troca Equivalente e sobre vários dos experimentos referentes a transfiguração humana. É ainda necessário comentar que essa etapa processual da confecção da Horcrux, a da magia e do específico feitiço de criação, que reparamos Ripley entonar um canto em sua Cantinela Riplaei. Em suma, e apesar de não conseguir traduzir o documento original, deixo-vos claro que o feitiço de criação de uma Horcrux não é um único encantamento, mas um cântico.
O terceiro ponto do processo de criação de uma Horcrux, é, então, a preparação do receptáculo. Sobre esse ponto, pegarei emprestado os receios e determinações de outros companheiros alquimistas de Sir George Ripley, ao que compreendo Andreas Vesalius, em sua obra De Humani Corporis Fabrica Libri Septem como sendo o mais exato em suas colocações. Apoderando-se da Lei de Troca Equivalente e da marcação dos mortais (um conceito da alquimia, em consoante ao das Artes das Trevas sobre 'marcar um designado'), é corretíssimo afirmar que, para a preparação do receptáculo, o mesmo deverá ter seu direcionamento flagrado em sangue. Em suma, o bruxo que quiser performar a Horcrux, deverá preparar o receptáculo em um linguajar rúnico, hermético ou alquímico (pela utilidade das três linguagens, tecnicamente as três funcionariam, uma vez que derivam do rúnico original), e então performar o encantamento cântico que definiria a intenção de fabricar-se uma Horcrux.
Ainda sob o aspecto do terceiro ponto, na Lei de Troca Equivalente, podemos abordar não somente um, mas alguns procedimentos a serem possíveis para a criação de uma Horcrux, mas mesmas que obstante podem originar um novo corpo. Um dos escritos de Paracelso, em seu livro A Chave da Alquimia, comenta sobre o poder de criação do sangue e da carne, ambos aspectos necessários para a formulação de um receptáculo que guardará a existência de uma alma. Em sua tradução do Papyrus de Iuef-Ânkh, um dos prefácios do Livro dos Mortos, um grandioso tratado sobre necromancia e outras poderosas e vis mágicas, Karl Lepsius, elucida o processo como (em tradução): "não que seja estritamente necessário, para atingir a imortalidade, a observância de uma troca equivalente, de uma vida por outra, mas ainda que compreendamos as finalidades, nada superará o valor de uma vida, por isso somente partes da mesma podem ser trocadas", essa passagem explicitamente nos mostra o invariável trejeito de que a preparação do receptáculo, em ordem de preservar parte imortal do bruxo, especifique alguns exemplos: matar uma criança inocente, dar parte de seu corpo ou corpo humano inteiro, retirar parte do corpo de outrem, extrair sangue de outrem, ou qualquer que seja o processo que envolva uma justa troca em ordem de fazer sua parte etérea residir sob o conceito físico. Por esse motivo, pelo conceito metafísico e etéreo da alma, aplicações etimológicas das leis naturais da magia não conseguem produzir efeitos, uma vez que são capazes de versar sobre o material, mas nunca sobre o imaterial.
Aproveitando a máxima das limitações mágicas serem regramentos produzidos pela própria magia, e nunca leis naturais terem capacidade e poder para regrarem conceitos mágicos, podemos deduzir que aquebrantar a lógica da vida é permissível na ordem mágica das coisas, ainda que o preço a ser pago pelo etéreo, que não é regido por tampouco a magia e ainda menos o natural, seja caro demais.
Certo de que esse assunto está alinhado com as requisições de vossa amada Ordem, continuo minha pesquisa de campo e espero abrilhantar ainda mais os compendiosos registros de nossa biblioteca.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Andreas_Vesalius (fonte de redirecionamento)
https://books.google.com.br/books?id=C14oDwAAQBAJ&pg=SA8-PA37&lpg=SA8-PA37&dq=Papyrus+de+Iuef-%C3%82nkh&source=bl&ots=MRCTNmKqrG&sig=ACfU3U31VfZf7IeX3hazh_co7fRLvBEPlw&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwj1lIbppJzmAhV4GLkGHfW6A9oQ6AEwDnoECAkQAQ#v=onepage&q=Papyrus%20de%20Iuef-%C3%82nkh&f=false
https://pt.scribd.com/document/402862050/Piankoff-Rambova-Mythological-papyri-Livret-pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Richard_Lepsius (fonte de redirecionamento)
https://pt.wikipedia.org/wiki/De_Humani_Corporis_Fabrica (fonte de redirecionamento)
https://wayback.archive-it.org/6321/20160901184031/http://vesalius.northwestern.edu/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paracelso (fonte de redirecionamento)
https://www.themystica.com/mystica/articles/p/paracelsus.html
https://web.archive.org/web/20081209091621/http://www.iza.com/Documents/Communications/Publications/History.pdf
https://www.quora.com/How-does-killing-someone-make-a-Horcrux
https://screenrant.com/harry-potter-horcruxes-voldemort-made-how-rowling-theory/
http://broughttolife.sciencemuseum.org.uk/broughttolife/people/andreasvesalius