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𝗝𝗮𝘇𝘇𝘆- 𝗦𝗲𝗰𝘁𝗶𝗼𝗻 𝟮𝟳 (𝗦𝗼𝗯𝗿𝗲𝗻𝗮𝘁𝘂𝗿𝗮𝗹) - posted by guest on 23rd October 2020 10:24:41 PM

𝗰𝘂𝗲 '𝗖𝗵𝗶𝗹𝗹𝗶𝗻𝗴 𝗔𝗱𝘃𝗲𝗻𝘁𝘂𝗿𝗲𝘀 𝗼𝗳 𝗦𝗮𝗯𝗿𝗶𝗻𝗮' 𝗺𝘂𝘀𝗶𝗰 𝗶𝗻𝘁𝗿𝗼


Era uma vez duas meninas; Noelle e Jazzy os nomes. Tratavam-se de duas raparigas inteligentes e de beleza estonteante, cujo charme era tão intrigante quanto transparente.

Elas já eram amigas há uns bons meses e a sua relação constituía-se inseparável, muito embora elas não exercessem um contacto constante. Mas desde quando é que isso é diretamente sinónimo de uma boa e frutífera harmonia? Ambas responderiam a esta pergunta com um firme "NÃO!", visto que o facto de não falarem todos os dias não diminuía em nada o amor platónico - ou assim se pensava - que nutriam uma pela outra.

Um detalhe oculto à maior parte das gentes é que, para além de amigas para a vida, elas eram também agentes do sobrenatural; elas lidavam com forças e ameaças de outro mundo. Desde possíveis bichos endiabrados de 7 cabeças - que poderiam tomar essa mesma forma se ambas se deixassem afetar por eles - a Senhoras e Senhores das Trevas, elas combatiam contra o mal, restaurando todos os dias o equilíbrio entre os Reinos. Noelle era a Coordenadora da Balança, o Diapasão da Justiça. Ela reinava com a sua inteligência e mente de limites absurdos e a sua aparência, por um lado de beleza clássica e etérea, possuía uma certa superioridade que nos momentos mais intensos de confronto, perfurava qualquer julgamento opositor. Jazzy era a Portadora da Força, tal músculo ao cérebro que era Noelle; as suas competências físicas estonteavam quem lhe fizesse frente. Ao contrário do que possam pensar, já que a sua fama a precedia, tal como a mesma de Noelle, a sua aparência não tinha em nada um grau altamente tonificado, mas sim a sua força interior, determinação e paixão que emanavam de dentro, atribuindo-lhe força sempre que ela a focava.

Por causa duma sinergia potente, a dupla que era Noelle e Jazzy funcionava brilhantemente, ofuscando toda a sombra que, à semelhança de um buraco negro, pretendia engolir todos os feixes de luz. Porém, o que Jazzy não calculava era que, aos olhos de Noelle, a sua própria beleza tinha sim um oponente à altura. Adentro a noite fora, - mas não até muito tarde, visto que os horários de sono de Noelle eram embaraçosamente prematuros e céleres - enquanto ouvia, por vezes, a voz doce e o riso estridente da sua companheira através dos áudios trocados, cada batida do seu coração denunciava a paixoneta que lhe tinha. Por não saber se era recíproco ou não, Noelle mantinha-se calada acerca desta situação e, em todas as noites possivelmente fatais que elas enfrentavam, o esforço para desarmar os seus inimigos era ainda mais necessário, distraída perante os movimentos deslumbrantes com que Jazzy eliminava, se fosse preciso, os maus da fita. 

Depois de uma noite particularmente embruxada, em que o duo teve de ir a Salem derrotar um bando de feiticeiras com intenções maliciosas, as duas estavam a voar nas suas esfregonas mágicas de volta para a cidade quando Noelle, encantada pelos cabelos a esvoaçar de Jazzy e após alguma indecisão, chegou à conclusão que seria melhor ter a certeza, pouco a pouco, sobre a possibilidade de reciprocidade daquele sentimento persistente. Então, e visto que a casa de Jazzy era para norte e mais próxima de onde estavam que a casa de Noelle, esta última decidiu dar-lhe um beijo de boa noite na bochecha, coisa que nunca havia feito, o que deixou Jazzy um pouco desorientada e confusa; no entanto, seguro seria dizer que aquela ação foi do agrado de ambas.

Ao passo que Jazzy tomava a sua esquina e se dirigia para casa, um calor inesperadamente rodeou o seu coração e, com certeza, seria vontade sua esboçar um sorriso contido mas decidido caso não tivesse ouvido algo detrás de si que a assustou e a fez virar-se imediatamente - um grito, vindo de onde Noelle se tinha afastado para se deslocar até casa.

 - N-Noelle? 


[𝗧𝗢 𝗕𝗘 𝗖𝗢𝗡𝗧𝗜𝗡𝗨𝗘𝗗...]

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