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Untitled - posted by guest on 2nd August 2020 06:42:28 AM
Naquela noite em que nos encontramos, sem muitas pretensões ou intensões outras, nos permitimos ser um tanto vulneráveis um com o outro, conhecemos mais um pouquinho de nós, a quantidade de álcool no sangue fez com que tudo fluísse no tempo certo, talvez, se é que existe isso de momento certo, acho que não pra gente. somos feitos de incertezas e momentos que passam e deixam finas marcas.
Enquanto tangavamos para ninguém, com a lua a nos observar, nossos corpos iam e vinham como se conversassem entre si, nossos corações pareciam bater na mesma frequência da música. lembrei-me de mil coisas clichês e bonitas que definiriam fácil aquele momento, senti uma gratidão ao universo por estarmos fazendo nossos próprios passos de "dança". é o mínimo que uma pessoa desajeitada pode sentir quando alguém diz que você pode dançar do seu jeito, de qualquer modo, só para estar ali bailando juntos.
É engraçado como coisas simples e bobas tornam-se gloriosos momentos, momentos esses que são importantes em nossas vidas, seja para ter uma lembrança boa e gostosa ou para sabermos como podemos alegrar a vida das pessoas e se alegrar por fazer isto. as vezes influenciamos as pessoas para o bem e nem nos damos conta desse feito, por vezes nossas mentes estão ocupadas demais só seguindo o ritmo da vida.
Subtamente e instantântamente foi um "encontro" de pessoas singulares, intensas à sua maneira, que passaram por situações e traumas parecidos e que entendem a luta do outro e isso torna o mundo mais mundo, mais foda e admirável. deveria acontecer mais cedo ou mais tarde, não porquê meu corpo pedia o peso do teu, ou porquê nos sentimos atraídos um pelo outro, (claro que isso também) mas é que nossas coisas e bagagens em comuns somam e somaram para que nossa energia de ser o que somos possa ser enchergada e sentida, como uma bolha perfeita de ternura, e do bem. estamos longe de ser uma pessoa certa para alguém nesse momento da vida, tá difícil sermos bons até para nós mesmos às vezes, quando não pensamos somente em nós mesmos, sendo egoístas, estamos sendo deixados levar por vontades tóxicas de outros terceiros que influenciam intragavelmente em nossas pobres vidas. Ah, e voltando ao papo de tango, lembrei da musica de tulipa ruiz, não que eu saiba dançar com você ou só saiba dançar com você, mas é que talvez eu não dance tão bem a dois. você aceitou dançar do meu jeito, a minha dança torta e desajeitada. sentimos um ao outro, passo pra la, passo pra ca.
Não ando escutando mais rap como antes, sabe né, eu me amarro em rap nacional, mas deixei de lado. com você as musicas do djonga até que fazem mais sentido cantadas, soam até mais bonitas, como se uma história estivesse acontecendo naquele momento, mas a verdade é que eu acabei fazendo daquele momento uma história pra contar, relembrar, ter saudade.
Lefev, Habbon
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