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CARTA DO ADEUS. - posted by guest on 15th May 2020 10:07:52 PM

Porque a palavra era a tua quarta dimensão e tu tens sido a minha única nos últimos dias. Não me culpo desse vazio no peito quando das minhas mãos escorregastes. O meu coração pede por mais uma vez, mesmo sabendo que o desejo velado é de que volta a fazer parte da minha rotina, de que você não se torne apenas uma memória, uma risada que eu reconheceria em qualquer lugar.

Foi muito cedo, muito cedo para te dizer adeus. Não preciso pensar se a tua frequência vinha sendo a mesma que a minha, pois persistir na esperança de que seja é o que tem sido o alimento das minhas manhãs, das minhas tardes e a luz das minhas noites que tanto me trazem a esperança do próximo e do próximo dia. Exceto as noites de sábado, pois elas precedem o domingo; domingo é dia de ecos.

Se antes teus poemas me corroíam, hoje é a tua não-presença que me destrói. Esse abismo que tem se construído entre a minha ideia, o meu desejo de "tu" e a tua materialização sob a minha respiração, mutante em ritmo ora pelo impacto de tuas palavras, ora pelo cheiro dos teus cabelos.

Presente se fez o tempo, sussurrando em meus ouvidos o poder que dispunha enquanto "senhor". E, desde então, são as lembranças que têm trazido sorrisos, que têm me lembrando de quem fomos. Do quão agradável era te ter aqui conosco, meu querido Victor. Hoje eu agradeço por ter te conhecido e por termos firmado uma amizade tão sincera. Que você esteja descansado em paz, sinto sua falta.
Um grande abraço,

ItalloD

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