• Share this text:
Report Abuse
Saisho no Michi: O Primeiro Caminho - posted by guest on 21st September 2020 05:29:36 AM

Dizem que o primeiro som escutado por uma criança é o do coração de sua mãe. Por mais aconchegante que pode parecer, às vezes isso causa um trauma e tanto numa simples família. Não que seja perturbador, mas sim que com o tempo coisas ruins podem vir a acontecer. Naquela noite tudo parecia tão inapropriado… O vermelho do sangue escorria no branco da neve, manchando-a com a morte de uma mãe. O nascimento, pelo contrário, fora dito uma grande honra para os Ancestrais. Era de se esperar que durante uma vida, outras podem ser extinguidas num simples estalar de dedo. Não importa de quem seja, mas a decisão foi fundamental para a surgência de Midori, a nascida entre o gelo e a morte!

O primeiro contato com o mundo mágico foi quando tinha cerca de oito anos. Midori sentia medo de perder aqueles que continuavam em sua volta: o seu pai e sua avó. Ela notou que haviam pessoas do lado de fora de sua casa num entardecer, e o primeiro antecedeu o encontro daquela possível gangue naquele mesmo lugar. Mais uma vez, o sangue estava presente na medíocre vida de Midori… O seu pai retornara com as vestes cobertas de gotículas carmesim de sangue e uma katana em mãos. Por mais que tentasse criar desculpinhas bobas para sua filha, tão pequena, a menina entrou em choque e traumatizada, pensou que seu pai estava ferido. De forma descontrolada e mesmo que sem querer, o líquido se tornou em flamas tão avermelhadas quanto o anterior, fazendo com que o tecido de couro entrasse em combustão. A tempo, o homem saiu com queimaduras medianas por todo o braço direito e necessitou do contato de sua avó, que agora revelava as suas capacidades místicas com uma mistura estranha de diversas ervas. Era como se o mundo estivesse abrindo um novo caminho para Midori, ainda que em sua pior forma. Após todo o acontecido, explicavam tudo o que acontecia naquele plano sobrenatural que recaia sobre a cidade de New Orleans. Também contavam sobre os seus ancestrais: de um lado os Caçadores de Onis (de Ashihara Hoshiro, o pai) e do outro as bruxas Yamauba, (de Asakusa Maki, a mãe), deixando explícito os mínimos detalhes sobre o mundo e suas mais diversas formas de magia, incluindo a praga criada por uma “magia negra”, dita como a qual perpassou terras o suficiente para matarem uma parte considerável de ambas linhagens trazidas diretamente do Grande Oriente, no Japão. Há quem diga que são membros importantes para a sociedade asiática sobrenatural, contudo, como nada é perfeito nessa vida, preferiram se exilar em uma nova terra na procura de vingança contra os Originais, sabendo que as perdas familiares tinham sido culpa dos originários daquela feitiçaria obscura. Houve mais do que uma explicação, um estudo amplo sobre todos os seres presentes naquela região… Muitas das informações eram de ser contestadas por causa das (des)medidas tomadas pelos superiores d’A Caçada dos Sobrenaturais. Contudo, podiam ser uma brecha para a descoberta de inúmeros segredos dos mais diversos organismos amaldiçoados dali. Ainda não era liberada para participar do massacre de cada um dos citados, apesar de memorizar a posição destes.

Com o decorrer do tempo, a herdeira dos Asakusa era treinada por sua amada Temari, sendo a única remanescente do que restou de seus antecessores. Ela era a mentora perfeita, apesar de ser bruta em seus ensinamentos complexos. Aliás, era uma avó tão requisitada em questões de aprendizado, uma vez usando da feitiçaria como uma fonte de se manter jovem por muito tempo, sugando a todo instante o poderio provindo da natureza. Foi uma arte repassada desde os primórdios pelos membros possuintes de talento mágico no Clã Asakusa, não sendo tão difícil de aprender com uma herança tão valiosa quanto aquela, com muitas gerações incluídas naquele ramo da magia. Por mais que fosse simples para os mais variados componentes, Midori ainda era muito pequena para conseguir usar daquela mesma técnica que seus anteriores. Por causa disso, Temari focou desde criancinha em ensiná-la como canalizar as mais diversas formas de energias presente ao redor. Explicou também que os eventos astrológicos (que eram a base dos Orientais mitologicamente e cientificamente) poderiam ser uma “obra” e tanta de concentração mística. E assim muitas coisas foram clareadas na mente de Midori.

Também aprendeu sobre as criaturas que conviviam naquela mesma área. Essas peritas em assassinar qualquer pessoa que passe em seus caminhos. Principiante, sabia que tinha de focar a sua pequena fagulha de vida em proteger aqueles que não conseguiam usar nada além dos punhos como proteção: os humanos. Eram a esperança da humanidade, ainda que presente em muitos dos seres sedentos por sangue, podiam causar em uma chacina se caso em fúria. Não queria exterminar uma espécie inteira, mas poder disciplinar com limites. Era uma forma de criar uma sociedade limpa de mortes desnecessárias, ainda mais dos inocentes. Contudo, com o tempo tudo vinha a tona em sua mente: a morte de sua mãe havia sido causada por causa dos vampiros. Como se as palavras ditas por seu pai fosse o suficiente para corrompê-la de dentro para fora, Midori sentiu que era mais do que sua obrigação em terminar o que os Hashira dos Ashihara seguiam fazendo durante todo o passar do tempo: detonar cada um dos malditos Onis presente na face da Terra, os tão ditos Vampiros por ali. Assim, era manipulada indiretamente a treinar dia após dia em busca de vingar a breve vida de sua matrona Maki, a qual havia sido tirada por ser simplesmente quem era: uma bruxa Yamauba.

Vivendo uma vida quase que em exílio, a pequena Midori contestou todos os princípios desumanos dos vampiros até mesmo em sonhos, treinando não só o lado místico com o da caçada com sua avó e pai, respectivamente. A necessidade de aprender como era a vida fora de sua morada fazia com que fosse colocada em uma escola para que pudesse se situar naquele medíocre mundo sem um pingo de esperança para os que traçaram o caminho da escuridão. Com isso, analisaria os mínimos detalhes e deteria aqueles que mantinham o caos presente em New Orleans. Era acima de tudo uma adolescente, que criava novos laços com os alunos daquele humilde estabelecimento escolar. Como se fosse um teste, o seu pai Hoshiro conduzia os seus feitos ao matar por volta de três lobisomens e quatro vampiros adolescentes e recém-descobertos presentes ali. Eram dados como desaparecidos, limpando sem deixar vestígios da ocorrência de mortes. Assim, passaria a ser reconhecida pelos aliados caçadores como “Nageki”, a lamentadora. Unia o seu conhecimento tradicional das artes japonesas do kenjutsu com os da feitiçaria, combando em prol da vida humana!

Report Abuse

Login or Register to edit or copy and save this text. It's free.